Hoje acordei como qualquer mortal, na minha terra natal, envolta por um nevoeiro cerrado, sombrio, que avizinhava uma segunda feira fria, desconfortável, a primeira reacção e, além disso um hábito que tenho desde que me conheço é abrir os estores para que os raios de sol entrem pelas janelas, mas como já referi tal não aconteceu.
Senti-me de imediato como o tempo, sem vontade de fazer as tarefas matinais e avançar para mais uma semana de trabalho, a primeira questão que se me colocou foi "o que vou vestir?", pergunta que raramente faço de manhã, uma vez que tenho também por hábito deixar essa tortuosa tarefa sempre de véspera concluída, mas esta segunda feira foi diferente; cambaleei para a cozinha para fazer os primeiros preparativos do pequeno almoço, sempre com a ideia, ou melhor dizendo, ideia nenhuma do que deveria vestir; quando me dei conta a minha cabeça viajava a alta velocidade pelos três roupeiros que tenho em minha casa repletos de roupa e, ora bolas, não sei o que hei-de vestir.
Com a mesma rapidez que viajei sobre este assunto, começei a interrogar-me se os homens também terão este problema ou se será apenas um problema, sem resolução, da nossa raça....é que quando falo com minhas amigas todas elas têm o mesmo sentimento que eu; tanta roupa e, ou nunca sabemos o que haveremos de vestir ou então optamos pela solução mais rápida e eficaz e, embora os armários estejam a abarrotar de uma variedade de cores, marcas e tecidos, optamos digo eu mais uma vez, por andar quase sempre da mesma forma, aquela calça que nos assenta mesmo bem, as botas que não nos magoam os pés, e a camisola mais confortável da cor que melhor nos fica.
Gostaria de vos dizer que escolhi uma "indumentária" DIFERENTE de todos os outros dias, mas não, sem capacidade para racicionar e muito menos com tempo para me debruçar sobre o assunto, acabei mesmo por vestir umas calças de ganga, um camiseiro rosa com um casaco castanho e finalmente calçei umas botas confortáveis.
Nada então de novo nesta manhã de segunda feira.
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